Só cai quem monta - memórias de um economista
Anônimo
Editora: Terceiro Nome
Sinopse
Um livro com um raro testemunho em primeira mão sobre a intimidade de um tempo que ainda está para ser conhecido. Eduardo Pereira de Carvalho, o Edu, nos traz neste livro um relato de uma vida intensa, tanto pessoal como profissional, na qual mescla as viagens que fez pelo mundo e as reminiscências do seu trabalho, primeiro na área pública e depois na privada, nas quais implantou atividades que geraram desenvolvimento. Pouco se tem escrito, e sempre muito viesado, sobre a economia brasileira dos anos dos governos militares da última metade do século XX. Dada sua intensa participação em alguns daqueles momentos, ele tem algo relevante a contar. Mas não é propósito do livro fazer uma análise econômica mais profunda, mas sim relembrar fatos e circunstâncias que ajudem a melhor compreender os acontecimentos históricos. Edu formou-se com brilho na Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo, e a partir de então – desde os anos 1960 – passou a contribuir para a formulação de uma política econômica muito ativa e bem-sucedida, com passagens por ministérios, secretarias, direção de bancos como o Banespa e empresas como a Vale do Rio Doce, onde marcou sua atuação fomentando conhecimento teórico e prático, além da UNICA – União da Industria Canavieira, da qual foi presidente, e da Odebrecht, onde colaborou na criação da área de açúcar e etanol, e onde levou um grande tombo, descrito no livro. Assim que se formou, foi chamado por Delfim Netto como um de seus assistentes, fato definidor de sua vida profissional. Um primeiro feito marcante nessa trajetória foi dar sequência aos estudos de Delfim prioritariamente no esforço de impulsionar a agricultura brasileira e as exportações, fato relevante para se entender nossa história recente. Vale também ressaltar que o crescimento econômico brasileiro teve, naquela década, sua melhor performance ao longo de todo o século XX. Na sua trajetória cheia de peripécias, Edu mostra como sonhos grandiosos, ainda que vagos, foram se concretizando pelas mãos de profissionais que desdenhavam a burocracia governamental, ainda que nela se movessem com facilidade e sem perder o humor. Cada episódio, tomado sozinho, pode soar como recordação de um “causo” minúsculo imerso na barafunda da atividade produtiva; mas, vistos em conjunto, oferecem uma visão “de dentro” sobre decisões modernizadoras quando nosso país se livrou do arcabouço governamental erigido na economia escravocrata do Império, residindo impávido quase um século após proclamada a Abolição, em 1888.